quinta-feira, 30 de agosto de 2018

7 - Estudo completo de sociedade e mitologia nórdica.

Æsir X Vanir
Æsir, Asses ou Ases, (em nórdico antigo: ǫ́ss; singular: áss, feminino ásynja, plural ásynjur) segundo a mitologia nórdica, é um clã de deuses que residem em Ásgarðr (Asgard), ou seja, a Terra dos Æsir (As = Æsir. Gard = Terra ).
Suas contrapartes e uma vez inimigos, com os quais guerrearam, são os Vanir. Os Vanir são deidades mais da natureza e da fertilidade, enquanto os Æsir são mais guerreiros que seus rivais. Quando as duas raças guerrearam, Æsir e Vanir, fizeram as pazes, as deidades Vanir entregaram Njörðr (Niord), Freyr e Freyja para os Æsir.
Os Æsir formam o panteão principal dos deuses na mitologia nórdica. Incluem muitas das figuras principais, tais como Odin, Frigga, Thor, Alomam, Balder e Týr. Existem outros clãs de deuses nórdicos, sendo segundo principal o clã dos Vanir, também mencionado na mitologia nórdica. Além destes clãs também há o clã das Nornas, o clã dos Jotnar e o clã dos "Dragões".

O deus Njörðr e seus filhos, Frey e Freyja são os deuses mais importantes dos Vanir, e acabaram se reunindo aos Æsir como reféns após a Guerra dos Deuses, que envolveu ambos os clãs.
Os 'áss' da palavra aparentemente é derivada do proto-indo-europeu *ansu-'respiração, deus' relacionado ao sânscrito asura e ao avestan ahura, com o mesmo significado; apesar de que a palavra em sânscrito asura veio a significar demônio. O cognato em inglês arcaico de 'áss' é os, que significa 'deus, divindade' (como no sobrenome atual Osgood). A palavra 'áss' ainda pode significar 'feixe' ou 'correio' na língua nórdica arcaica, mas não há nenhuma demonstração da conexão etmológica entre as duas palavras. Schefferus, um proto-etonologista do Século XVII, afirmou que o Æsir se referência aos imperadores da Ásia, isto é, uma liderança pseudo-feudal (de hereditariedade xamanista), que saíra das estepes asiáticas para a Europa em tempos ancestrais. Nenhum outro estudioso nos séculos seguintes encontrou qualquer evidência para suportar esta afirmação.
Os Æsir eram agraciados com a juventude eterna enquanto comessem as maçãs de Iðunn, embora ainda pudessem ser assassinados. Além disso, quase todos estavam predestinados a morrerem durante o Ragnarok.
Somente quatro das deidades Aesir são comuns as outras tribos germânicas fora da Escandinávia: Óðinn (Odin) como Wotan, Þórr (Thor) como Donar, Tyr como Tiw ou Tiwaz, e Frigga como Freia.
A interação entre os Æsir e os Vanir é um aspecto interessante da mitologia nórdica. Enquanto outras culturas desenvolveram famílias antigas e novas dos deuses, como os Titãs contra os Olímpicos da Grécia antiga, o Æsir e o Vanir se portavam de forma mais contemporânea. Os dois clãs de deuses lutavam batalhas, realizavam tratados e trocavam reféns (Frey e Freya são mencionados como reféns). Uma especulação comum interpreta as interações ocorrendo entre os Æsir e os Vanir como reflexo dos tipos de interação que ocorriam entre os vários clãs dos nórdicos naquele tempo. De acordo com outra teoria, o clã Vanir (cujos deuses são mais relacionados principalmente com a fertilidade e de comportamento mais calmo) pode ter se originado primeiramente na mitologia. Mais tarde, os deuses da guerra, representados pelos Æsir, surgiram nas lendas através da guerra mítica que, possivelmente, poderia espelhar um conflito religioso ocorrido naquele tempo. Desta forma, a Guerra dos Deuses pode ser um paralelo ao histórico conflito entre os romanos e os sabinos. O estudioso Mircea Eliade especula que ambos os conflitos são, na verdade, versões diferentes de um mito indo-Europeu mais antigo sobre um conflito que integrou as divindades do céu e da ordem contra as divindades da terra e da fertilidade, sem nenhum antecedente histórico estrito.
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Deuses nórdicos A - D
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Aegir - deus das criaturas marinhas (Vanir)
Era um gigante e semideus da mitologia nórdica, também conhecido como Gymir ou Hler. Pertencia à casta divina dos Vanir e era filho de Mistarblindi e irmão de Kari, o Ar, e logi, o Fogo. Aegir era um dos deuses que existiam antes do panteão ser formado, havendo inclusive a lenda de que ele devastou tudo o que viu exceto o deus do fogo Surtr.
Aegir é deus do mar, não é bem um deus que controla o mar, pois o mar já é regido por outro deus chamado Njord, então Aegir é o deus que controla as criaturas marinhas e os Jotuns (gigantes) marinhos chamados de Fjortun, ele é considerado como um Vanir (deus menor).
Aegir se casou com a deusa Ran e com ela teve nove filhas as chamadas donzelas das ondas, elas costumavam vestir mantos e véus brancos, Aegir tinha dois servidores fiéis chamados de Eldir e Fimafeng, Fimafeng foi morto por Loki num jantar que Aegir fez no mundo submarino dele, onde ele havia convidado todos os deuses.
Os marinheiros temiam muito e o veneravam mais ainda, pois acreditavam que ele podia arrastar alguns barcos com tudo que havia dentro para o seu mundo submarino, por isso os marinheiros faziam sacrificios matando os prisioneiros, antes de navegar.
Aegir era conhecido, por ser muito generoso, alguns diziam que Aegir não era um Vanir, nem um Aesir, nem um deus, ele era um gigante amistoso, assim como sua esposa e filhas, Aegir era quem produzia o hidromel para os deuses.
Em algumas partes dos Edda , compilações de contos do século XIII, Aegir aparece não como um semideus, mas como um homem conhecedor das artes mágicas que morava na ilha de Hlesey. Tinha ido visitar os deuses ao Asgard, sítio onde morava a raça divina dos Aesir, e nesta visita ouviu Bragi a contar as aventuras dos deuses.
É também mencionado na Saga de Egil , a propósito do afogamento de Bothvar, filho de Egil.
Balder (AEsir)
Balder ou Baldur (em nórdico antigo: Balðr), também citado como Baeldaeg (n. 243) em algumas fontes históricas, é uma divindade da mitologia nórdica. É relacionado com a justiça e a sabedoria, e todos os deuses o louvam pela sua beleza.Segundo algumas fontes, este deus seria filho de Odin e Frigga, segundo outras seria apenas um "protegido" destes. Era, em qualquer dos casos, uma divindade da justiça e da sabedoria, e embora não pertencesse ao núcleo de deuses superiores, Aesir, era-lhe permitida a permanência em Asgard.
Balder disseminou a boa vontade e a paz em todos os lugares que visitou, o que fez dele um dos deuses mais amados. Sua popularidade e bondade inata atraíram a ira de Loki. Um dia, Balder passou a ser atormentado por estranhos pesadelos, um sinal da morte iminente, e isso acabou perturbando todos os deuses. Depois de muitos problemas, Odin determinou o destino de Balder e tomou algumas precauções para evitá-lo, enviando Frigga com a missão de obter um juramento de todos os seres vivos e não vivos de que não iriam fazer mal a Balder. Porém, Loki se disfarçou de mulher e teve uma conversa com Frigga, descobrindo que uma pequena planta, o visco, não prestara o juramento, pois Frigga a julgara inofensiva a Balder por ser muito jovem.
Aconteceu, então, uma festa em que todos os deuses atiravam toda sorte de coisas em Balder, as quais sempre se desviavam de seu alvo. Havia um, porém, que não participava da brincadeira,Hodr, irmão cego de Balder. Loki, disfarçado, perguntou a Hodr por que ele também não participava, e este respondeu que não sabia em que direção atirar. Aceitando a sugestão de Loki, Hodr atira uma flecha feita de um ramo de visco no coração de Balder, que no mesmo instante cai morto. Este ato chocou todos os deuses e todos os homens, ao ponto de até os gigantes Jötuns, inimigos dos deuses, participarem solidariamente no funeral de Balder.
Este funeral teve um aspeto curioso: o barco que continha a pira funerária recusava-se a sair de terra, tendo sido chamada a gigante Irokkin para o empurrar.
Frigga pede para Hermodr ir ao submundo trazê-lo de volta. Hel concorda, com a condição de que todos os seres derramassem uma lágrima por Balder. Todos os seres então choram a morte de Balder, mas a tentativa é novamente frustrada por Loki, que disse que não o faria.
Não obstante, esperava-se que Balder retornasse após uma grande catástrofe mundial (o Ragnarok) e governasse um mundo novo.
Balder é marido da bela Nanna, uma deusa benevolente e bela, que se atirou em sua pira funerária para habitar em Hel com seu marido. São pais de Forseti, uma divindade da justiça, que alguns dizem presidir as Things (assembléias dos homens livres).
Nesta história reflete-se o clima do norte da Europa, em que metade do ano se vive na penumbra deprimente esperando ansiosamente a outra metade, alegre e luminosa.
É numa antiga fórmula mágica em alemão antigo que se encontra a única referência a este deus, na qual se relata o episódio em que o seu cavalo se magoou quando cavalgava com Odin, sendo curado por este.
Bragi (AEsir)
Chegamos em meu papai Bragi. Em resumo Bragi é deus da sabedoria, música, poesia e comunicação. É filho de Odin com a giganta Gunlod. Bragi é um deus pacífico, que recebia em Valhalla os espíritos daqueles que morriam em combate. Tenho um post com bastante conteúdo sobre esse deus então para não alongar muito o texto peço que entrem no link abaixo para aprender um pouco mais sobre esse deus.
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Búri (não possui clã)
Búri foi o primeiro deus na mitologia nórdica. Foi o pai de Borr e avô de Odin. Foi criado pela vaca Audumla que lambia o gelo salgado de Ginnungagap. A única fonte existente deste mito é a Edda em prosa de Snorri Sturluson.
"Hon sleikti hrímsteinana er saltir váru. Ok hinn fyrsta <dag> er hon sleikti steina, kom ór steininum at kveldi manns hár, annan dag manns höfuð, þriðja dag var þar allr maðr. Sá er nefndr Búri. Hann var fagr álitum, mikill ok máttugr. Hann gat son þann er Borr hét. — "
"Ela lambeu os blocos de gelo, que eram salgados; e o primeiro dia que ela lambeu os blocos, surgiu dos blocos na noite o cabelo de um homem; no segundo dia, a cabeça de um homem; no terceiro dia todo o homem estava ali. Ele se chamava Búri: tinha facções delicadas, grande e poderoso. Dele surgiu um filho chamado Borr[.]"
Dagr - deus do dia (AEsir)
Na mitologia nórdica, Dagr ou Dag (em nórdico antigo "dia") é a personificação do dia. Esta personificação aparece na Edda em verso, compilada no século XIII a partir de fontes tradicionais mais adiantadas, e a Edda em prosa, escrita no século XIII por Snorri Sturluson. Em ambas as fontes, Dagr é indicado como o filho do deus Dellingr e está associado com o brilhante cavalo guará Skinfaxi, que "desenha o dia para a humanidade". Dependendo da variação de manuscrito, a Edda em prosa acrescenta que Dagr é filho ou de Dellingr com Nótt, a personificação da noite, ou Jörð, a personificação da Terra. Caso contrário, Dagr aparece como um substantivo comum, simplesmente significa "dia" em todas obras nórdicas antigas. Conexões foram propostas entre Dagr e outras figuras de nome semelhantes na mitologia germânica.
Dagr é mencionado nas estrofes 12 e 25 do poema Vafþrúðnismál. Na estrofe 24 de Vafþrúðnismál, o deus Odin (disfarçada de "Gagnráðr") pergunta ao jötunn Vafþrúðnir de onde chega o dia, e a noite e suas marés. Na estrofe 25, Vafþrúðnir responde:
Dellingr hight he who the day's father is, but
night was of Nörvi born; the new and waning moons the
beneficient powers created, to count the years for men.
Tradução literal em português:
Altíssimo Dellingr, ele que é o pai do dia, mas a
noite nascida de Nörvi, as luas nova e minguante os
poderes beneficentes criaram para contar os anos para os homens.
Na estrofe 12, o cavalo Skinfaxi, sua juba brilhante, é afirmada por Vafþrúðnir como o "desenho do dia para a humanidade".
Em Sigrdrífumál, após a valquíria Sigrdrífa ser acordada de seu sono amaldiçoado pelo herói Sigurd, Sigurd pergunta o nome dela, e ela lhe dá uma "bebida da memória" de um chifre cheio de hidromel, e depois Sigrdrifa faz uma oração. O primeiro verso desta oração apresenta uma referência para os "filhos de Dagr" e "filha de Nótt":
Hail to the Day! Hail to the sons of Day!
To Night and her daughter hail!
With placid eyes behold us here,
and here sitting give us victory.
Hail to the Æsir! Hail to the Asyniur!
Hail to the bounteous earth!
Words and wisdom give to us noble twain,
and healing hands while we live!
Tradução literal em português:
Viva o dia! Salve os filhos do dia!
Para Noite e sua filha granizo!
Com os olhos plácidos eis-nos aqui,
e aqui sentado nos dá a vitória.
Viva o Æsir! Salve a Asyniur!
Salve a terra generosa!
Palavras e sabedoria nos deram dois nobres,
e curando as mãos, enquanto nós vivemos!
No poema Hrafnagaldr Óðins, o aparecimento de Dagr e seu cavalo e carruagem são descritos:
The son of Dellingr, urged on his horse
adorned with, precious jewels.
Over Mannheim shines, the horse's mane,
the steed Dvalin's deluder, dew in his chariot.
Tradução literal em português:
O filho de Dellingr, pediu em seu cavalo
adornado com, jóias preciosas.
Sobre Mannheim brilha, a crina do cavalo
enganador o cavalo de Dvalin,orvalho em sua carruagem.
Dagr é conhecido como o brilhante, ele ascende as luzes do céu e da terra com seu cavalo branco Skinfaxi, seria equivalente ao cavalo Hrimfaxi de sua mãe, todos os dias ele ascende o céu e a terra, depois de um tempo chega sua mãe Nott para apagar suas luzes e ascender as luzes da noite.
Dellingr (AEsir)
Dellingr (em nórdico antigo possivelmente "a aurora" ou "aquele que brilha") é um deus da mitologia nórdica. Dellingr é atestado na Edda em verso, compilada a partir de fontes tradicionais antes do século XIII, e na Edda em prosa, escrita no século XIII por Snorri Sturluson. Em ambas as fontes, Dellingr é descrito como o pai da Dagr, a personificação do dia. A Edda em prosa acrescenta que, dependendo da variação de manuscritos, ele seja o terceiro marido de Nótt, a personificação da noite, ou o marido de Jörð, a personificação da Terra. Dellingr também é atestado na lendária saga Hervarar saga ok Heiðreks konungs. Estudiosos propuseram que Dellingr é a personificação do amanhecer, e seu nome pode aparecer tanto em um sobrenome inglês ou em um nome de cidade.
Edda em verso
Dellingr é referenciado nos poemas Vafþrúðnismál e Hávamál da Edda em verso. Na estrofe 24 de Vafþrúðnismál, o deus Odin (disfarçada de "Gagnráðr") pergunta ao jötunn Vafþrúðnir de onde chega o dia, e a noite e suas marés. Na estrofe 25, Vafþrúðnir responde:
Dellingr hight he who the day's father is, but
night was of Nörvi born; the new and waning moons the
beneficient powers created, to count the years for men.
Tradução literal em português:
Altíssimo Dellingr, que é o pai do dia, mas a
noite nascida de Nörvi, as luas nova e minguante os poderes beneficentes criaram para contar os anos para os homens.
Em Hávamál, o anão Þjóðrœrir é indicado por ter recebido um feitiço sem um nome diante das "portas de Dellingr":
For the fifteenth I know what the dwarf Thiodreyrir
sang before Dellingr's doors.
Strength he sang to the Æsir, and to the Alfar prosperity,
wisdom to Hroptatyr.
Tradução literal em português:
Para o décimo quinto eu sei o que o anão Thiodreyrir
cantou diante das portas de Dellingr.
Cantou força para Æsir, e prosperidade para Alfar,
sabedoria para Hroptatyr.
No poema Fjölsvinnsmál, Svipdagr pergunta: "qual dos deuses criou a sala tão grandiosa que eu contemplo?" Fjölsviðr responde com uma lista de nomes, incluindo Dellingr. Em uma estrofe do poema Hrafnagaldr Óðins, o aparecimento de Dagr em seu cavalo e carruagem são descritos, e Dagr se é referido como "o filho de Dellingr".
Hervarar saga ok Heiðreks
Cinco enigmas encontrados no poema Heiðreks gátur contidos na lendária saga de Hervarar saga ok Heiðreks konungs empregam a expressão "portas de Dellingr" (em nórdico antigo Dellings duro) uma vez a cada. Por exemplo, em uma estrofe, onde a expressão é usada por Gestumblindi (Odin disfarçado) coloca a seguinte charada:
What strange marvel
did I see without,
in front of Dellingr's door;
its head turning
to Helgardh downward,
but its feet ever seek the sun?
This riddle ponder,
O prince Heidrek!
Tradução literal em português:
Qual estranha maravilha
eu vi lá fora,
diante da porta de Dellingr:
sua cabeça baixa,
voltada para Helgardh,
mas seus pés sempre à procura do sol?
Medita sobre este enigma,
oh príncipe Heidrek!
'O enigma é bom, Gestumblindi', disse o rei, 'eu adivinhei-o. É o alho-porro, a sua cabeça é direita no chão, mas se bifurca à medida que cresce.'

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